Tempo Perdido
A psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross propos uma descrição de cinco estágios discretos pelo qual as pessoas passam ao lidar com a perda, isto está descrito no seu livro “On Death and Dying” de 1969:
1. Negação e Isolamento: "Isso não pode estar acontecendo."
2. Cólera (Raiva): "Por que eu? Não é justo."
3. Negociação: "Deixa eu pelo menos terminar isto!"
4. Depressão: "Estou tão triste. Por que se preocupar com qualquer coisa?"
5. Aceitação: "Tudo vai acabar bem."
Via de regra ocorrem nesta ordem, mas isto não quer dizer que ocorram necessariamente desta forma e este modelo esta mais relacionado com a morte.
Quando se vivencia uma situação de perda, pode-se identificar que estágio que se encontra, então com base nesta premissa dai vem o conto:
Certa vez, num reino não muito distante, existia um coreografo que tinha sob sua liderança o corpo de ballet do teatro do Reino.
As coisas não andavam tão bem quanto o ele deseja, afinal existiam problemas como em todos os lugares, mas os que mais o incomodavam eram os pequenos incidentes que normalmente tornavam-se grandes e enormes problemas.
O Rei ciente de que seu coreografo estava sobrecarregado e continuava produzindo mas sem alegria, chamou-o para uma conversa e informou-o de sua insatisfação com tudo que girava em torno dele disse que dentro em breve iria promover mudanças na equipe visando melhorar o clima e principalmente as apresentações ao reino e dar descanso ao seu sudito.
Com isto o coreografo começou a contar o tempo e ficar inconformado com a situação, não queria conversar com ninguém, sempre imaginava que existia alguém que desejava seu lugar.
- Não quero conversar com ninguém sobre este assunto! – Entretanto ao chegar em sua casa ficava bombardeando sua esposa com tudo o que passava em sua cabeça. Ela já não suportava tanto azedume de seu marido, e pediu para ele não mais falasse sobre isto.
Alguns amigos tentaram ajudar, mas já colerizado pela situação, afastava todos que assim tentassem conversar com ele sobre o assunto mesmo amigos de longa data, de anos perguntavam para ele: “Hoje você nem olhou para mim, nem me cumprimentou” era mais doido ainda ouvir isto.
Seus filhos que não tinham relação direta com o problema eram os que mais sofriam na mão dele, enquanto que para todos ele dizia sim e abaixava a cabeça, os seus filhos por muitas vezes eram maltratados e relegados a ultimo plano.
Enquanto o tempo passava e o Rei não defina a situação ele pensou: “Vou propor ao Rei que apresentemos uma nova coreografia”, pois imaginava que isto lhe daria um novo amino e folego de vida à frente do corpo de ballet. E ele lhe enviar uma carta.
Ledo engano, por carta mesmo o Rei lhe informa que preferia conversar com ele pessoalmente sobre o assunto. Mas como os dois eram homens muito ocupados com agendas apertadas, não conseguiram conversar com este assunto, logo o tempo que ele teria para preparar a dança, não existiria mais em poucos dias, isto era o indicativo principal que o tempo o seu principal inimigo.
“Tempo é inimigo quando a resistencia à mudança é a tonica que rege uma vida”
Começou o processo de depressão, não havia alegria em tudo que acontecia na dança, os bailarinos não se empenhavam mais apenas esperavam que algo viesse e mudasse tudo de uma unica vez.
E veio a mudança: O Rei chama seu coreografo e diz: - Quero que você não tenha sobre si as obrigações de liderar esta equipe, sendo assim apenas descanse de todo seu trabalho, a partir de agora outro ocupará seu lugar.
O já combalido coreografo entra então no conformismo da aceitação que aquele já não era o seu lugar, que o tempo agora havia sacramentado a situação, já não era seu inimigo, apenas um companheiro na jornada do fim.
Resumo da História:
- Aceitar que existe um proposito superior, Divino, em todas as coisas, faz com que soframos menos
- Entender que para tudo nesta vida existe uma solução vai fazer com soframos menos.
- Guardar o coração da angustia e depressão não o deixará amargo
- Negociar muitas vezes somente nos fará perder tempo ou prolongar o sofrimento.
Moral da História:
Parar de sofre e viver o que deve ser vivido, buscar entender e buscar ajuda para superar, fará a jornada menos pesada.
Texto para Meditação:
Eclesiastes 3 - JFARA
1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu:
2 há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
3 tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;
4 tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria;
5 tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
6 tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora;
7 tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar;
8 tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.
9 Que proveito tem o trabalhador naquilo com que se afadiga?
10 Vi o trabalho que Deus impôs aos filhos dos homens, para com ele os afligir.
11 Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.
12 Sei que nada há melhor para o homem do que regozijar-se e levar vida regalada;
13 e também que é dom de Deus que possa o homem comer, beber e desfrutar o bem de todo o seu trabalho.
14 Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar e nada lhe tirar; e isto faz Deus para que os homens temam diante dele.
15 O que é já foi, e o que há de ser também já foi; Deus fará renovar-se o que se passou.
16 Vi ainda debaixo do sol que no lugar do juízo reinava a maldade e no lugar da justiça, maldade ainda.
17 Então, disse comigo: Deus julgará o justo e o perverso; pois há tempo para todo propósito e para toda obra.
18 Disse ainda comigo: é por causa dos filhos dos homens, para que Deus os prove, e eles vejam que são em si mesmos como os animais.
19 Porque o que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade.
20 Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão.
21 Quem sabe se o fôlego de vida dos filhos dos homens se dirige para cima e o dos animais para baixo, para a terra?
22 Pelo que vi não haver coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua recompensa; quem o fará voltar para ver o que será depois dele?
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