Adoração Extravagante Segundo Darlene Zschech
Adoração Extravagante Segundo Darlene
Zschech
Por Nelson Bomilcar
Sons de Hilsong Church, ventos da
Austrália, adoração do coração de Darlene. Em suas próprias palavras, “alguém
que não se satisfaz em fazer belas músicas, mas cuja paixão é promover o Reino
de Deus”.
Darlene Zschech é ministra de louvor
em sua igreja local, compositora de canções de adoração (Aclame ao Senhor,
uma das mais conhecidas) e tem procurado vivenciar em seu ministério atual, em
função de uma experiência pessoal com o Senhor, segundo seu testemunho, uma
adoração mais profunda dentro de uma nova declaração de fé ou uma nova bandeira
para o primeiro ano do novo milênio. Afirma que ouviu o Senhor lhe dizer
que com brandura em momentos de busca e oração: “Filha, você ainda não é uma
adoradora extravagante”. Em sua explanação, definiu extravagante como “aquele
que esbanja”, que excede, que é ultrageneroso, que vai além de limites
razoáveis. Em sua mente e coração, relacionou esta idéia com alguns relatos
bíblicos de adoração, como por exemplo, em Lucas 7.
O texto relata a história da mulher
pecadora que trouxe algo considerado como “adoração esbanjadora”, segundo sua
interpretação, pelos que testemunharam a cena. A mulher lavou os pés de Jesus
com lágrimas, secou-os com os cabelos, beijou-os e em seguida derramou seu
caríssimo perfume do jarro de alabastro sobre os pés do Mestre. Quando ela
derramou sua oferta, Ele lavou-lhe a alma quebrantada. Porque ela amou com
extravagância, escreve Darlene, “Ele lhe perdoou com extravagância”. Na
compreensão dela, houve extravagância na devoção.
Darlene ensina que a verdadeira
adoração ocorre quando o espírito adora e se une com o Espírito de Deus, quando
a essência de nosso ser se encontra amando a Deus, perdida nele. Mesmo
valorizando o louvor congregacional, Darlene reconhece que a adoração mais
genuína acontece no secreto, na intimidade, individualmente, como adoradores de
Cristo!
Constatei que Darlene tem a mesma
opinião que expressei em artigo anterior na Provoice (“Confusão na adoração”): “existem
atualmente muitas opiniões diferentes a respeito de adorar verdadeiramente ao
Senhor, quanto ao método, ao plano, ao estilo, referentes à cultura, aos
limites, e elas infelizmente, quase sempre deixam a maioria confusa, dividida e
frustrada”. (pg 25 do livro “Adoradores Extravagantes”)
Em sua interpretação e concepção adjetiva
de “extravagante”, Darlene crê que Noé era um adorador extravagante, por ter
passado por situações extremas e em meio a tudo continuou louvando a Deus (Gn
8.20), que Abraão era extravagante por não poupar a seu próprio filho Isaque
(Gn 22.12), pois estava preparado para dar tudo, era ultragenoroso, excessivo;
que Davi só queria oferecer holocausto que custasse algo, que fosse sacrificial
(1 Cron. 21).
Adoração extravagante atrai e mantém
a atenção de Deus, provoca uma reação generosa do próprio Deus. Segundo
Darlene, trata-se de causa e efeito! Amar extravagante é ter um estilo de vida
em amor “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a tua alma, de
todo o seu entendimento e de todas as forças (Mc 12.30). Amor, obediência e
adoração caminham juntos com sinceridade, integridade, honestidade, obediência
e verdade Sl 86.11).
Darlene também realça que louvor e
adoração são uma poderosa expressão de amor, que vai muito além das
possibilidades da música. Mostra que a extravagância abrange um coração
transparente, reconhecer que a fidelidade é mais importante que o talento, que
o testemunho, a excelência, o serviço, a unidade, a amizade, disciplina e determinação,
são importantes. Não são ensinos revolucionários ou novos, mas corretos e
sempre benvindos.
Darlene concorda com C. S. Lewis que
define a adoração como “a saúde interior que pode ser ouvida”. Adoração é a
experiência e a emoção mais desprendida, abnegada, de que a nossa natureza é
capaz. Neste sentido, Darlene mostra que é absolutamente essencial que sejamos
controlados em nossas emoções e reações emocionais; que como cristãos
criativos, saudáveis e amantes da Palavra, devemos nos submeter a Cristo e
deixar que Ele controle nossas emoções.
Ao contrário do que temos visto, em
várias ministrações “tupiniquins”, com o descontrole emocional e o destempero
de ministros que forçam a barra, Darlene mostra que as emoções quando chegam ao
máximo, instalam atitudes negativas, às vezes catarses incontroláveis, depois
tristeza e depressão. Chama a atenção em seu livro que é necessário a
ministração com responsabilidade e maturidade
Enfim, temos em seu ensino e
ministrações coletivas e congregacionais, bons caminhos para adoração, para o
crescimento da igreja e dos músicos na adoração na igreja local. Na realidade,
a palavra extravagante poderia ser substituída por vários outros adjetivos na
língua portuguesa, perdendo um pouco de sua ênfase, porém sem prejudicar o que
Darlene tem transmitido.
Ela é uma serva humilde, sincera, tem
tido um ministério reconhecido mundialmente e tem uma boa formação bíblica.
Além de ter sua espiritualidade moldada no convívio e comunhão da igreja local,
com autoridade espiritual sobre ela. Darlene é um ótimo exemplo para os
músicos, chamados levitas, que não estão congregando mais (estão “levitando por
aí”, desconectados do corpo), apenas se servindo da igreja para alavancar suas
carreiras e venderem seus produtos.
Que Deus tenha misericórdia e que
voltem a congregar. E que nós aprendamos a derramar nossos corações, em secreto
e coletivamente, e vermos o Senhor Jesus ser adorado e glorificado!!! Leiam o
livro de Darlene e retenham o que é bom. Aprendendo uns dos outros, cresceremos
na adoração!
Nelson Bomilcar é pastor, compositor e músico, e
tem trabalhado na adoração e música cristã nos últimos 30 anos, ministrando e
pastoreando músicos, tendo produzido inúmeros cantores e grupos no Brasil.
Participou de Vencedores, Semente, Igreja Batista do Morumbi. É membro da
Associação de Músicos Cristãos (AMC) do Brasil.
Artigo publicado no jornal virtual VOICE
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