Reino Dividido
Certa vez num reino, não tão distante, existia um rei, afinal é o que se espera de um reino, existia uma corte, também mais do que óbvio sua existência. E os súditos, claro porque reino é composto desta forma, quase tudo andava bem, mas algumas coisas não iam nada bem.
Mesmo existindo um Rei sobre aquele lugar, havia um Senhor que era o dono de todos os reinados ao qual todos os Reis tinham que prestar contas de tempos em tempos.
Nesta corte havia um encarregado pelas artes cênicas do reino. Tal pessoa devia manter as coisas em ordem em bom funcionamento, sempre apresentando peças teatrais que pudessem alegrar ao Rei e Rainha, bem como os demais membros da corte e os súditos, mas ele também deveria estar atento quando das visitações do Senhor, este era o principal a ser agradado.
Mas o tempo vai passando, as atividades vão se multiplicando, o foco e atenção vão de perdendo pelo meio do caminho e logo o encarregado das artes cênicas começa a ter muitos problemas. Artistas se vão sem muita explicação, colaboradores que simplesmente param de ajudar nas tarefas alegando outros afazeres mais importantes, contra-regras simplesmente não comparecem as apresentações deixando tudo nas mãos do encarregado para resolver.
Muitas destas perdas são devidas ao encarregado que pela sua personalidade histriônica não conseguia manter num nível condizente o funcionamento da equipe, falhando na administração dos problemas e crises e sempre se colocando como único solucionador de tudo, quando tudo ficava díficil.
Mas o problema não era somente do administrador teatral, o Rei mesmo que inconscientemente também colaborava para desestabilizar ainda mais o já instável encarregado. O que o Rei deixava transparecer em suas ordens que impreterivelmente eram interpretadas pelo sudito como sendo de total insatisfação com tudo que o encarregado fazia. Não havia alegria por parte do Rei em assistir as peças que eram ensaiadas pelo encarregado, tudo parecia um fardo e tudo realmente se tornou um fardo.
O fato de que mesmo o encarregado tivesse alguma capacidade em dirigir e encenar não o iria manter na função, a cada dia que passada as tentativas de um acordo para andarem juntos e alinhados com os objetivos tinham suas chances cada vez mais reduzidas.
Em algumas visitações do Senhor, o encarregado ficava ainda mais tenso, pois sabia que tinha que agradar a ele, mas a impressão sempre é que nunca conseguiria isto.
A corte por vezes, muito devido aos problemas gerados pelo encarregado nos relacionamentos, pedia a cabeça dele ao Rei, existiam súditos que nem sequer queiram chegar perto do encarregado pela má fama.
Quando o Rei recebia visitas situação ficava pior ainda, os convidados de certa forma às vezes mais reservadamente outras mais diretamente falavam do desempenho sofrível da equipe de teatro que entristecia ainda mais o coração do Rei.
Então quanto mais o tempo passava mais insustentável ficava a relação e a condição, por este motivo o trabalho cênico não prosperava, o próprio reino sofria com a saída de súditos, alguns deles falando que o encarregado não prestava para função.
Então o Rei chama o encarregado para uma conversa e comunica-o que o mesmo deveria deixar imediatamente sua função, pois na avaliação da majestade, o encarregado estava sobrecarregado e precisaria aliviar sua carga e descansar do seu penoso trabalho.
Um novo encarregado assume, mas desta vez o Rei resolve que irá estar mais próximo e acompanhar os trabalhos cênicos de modo a incrementar, melhorar e fazer prosperar este trabalho e alegrar a todos.
Com uma visão moderna e melhor, com novos recursos e especialistas para auxiliar os projetos, o novo encarregado fez prosperar em muito as artes cênicas do reino, o Rei ficou feliz e todos viveram felizes para sempre.
Resumo da História:
- Pessoas que se acham certas até podem dar certo por um tempo administrando determinadas coisas, mas uma hora serão tiradas.
- Pessoas que se acham certas, com apoio duram um pouco mais, até o momento que o apoio lhes é retirado.
- Pessoas certas em tempo certo, com o apoio correto fazem prosperar aquilo que lhes é dado administrar.
- O olho do dono em cima, faz o negócio prosperar.
Moral da história: Não deixe perdurar uma situação que irá fazer o reino ser dividido, se a situação não se resolve na conversa, mude os atores e faça com que a peça seja um sucesso. Na Bíblia encontramos esta verdade: “Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e uma casa dividida contra si mesma cairá” Lucas 11:17b
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