No caminho do Reino de Deus
“venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na
terra como no céu;” – Mateus – 6:10
“Mas busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua
justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas.” – Mateus 6:33
INTRODUÇÃO
É interessante notar que entre os dois bilhões de pessoas em
todo o mundo que são identificados como cristãos, aparentemente poucos pensam
no conceito do Reino de Deus e menos ainda têm a menor ideia do que realmente
se trata. Isto é notável porque de acordo com Jesus Cristo, isso deveria ser a
prioridade número um de cada cristão.
Os dois textos acima nos mostram inicialmente a característica
de quem é seguidor de Cristo, o desejo de que o Reino de Deus se manifeste e o
que deveria ser o direcionamento (norte) na vida do cristão, buscar o Reino de Deus!
Em nosso mundo temos dois reinos governando que são
antagônicos, o Reino de Deus e o reino das trevas a fim de estabelecer uma
comparação três características a seguir definem o que são estes reinos:
A lei
A lei é um código de conduta que rege a vida dos cidadãos de
uma cidade, estado, pais ou reino – A lei do reino das trevas: viva como
quiser. Cada um vive de acordo com a própria vontade. Cada um vive como quer,
faz o que lhe parece mais correto, o que lhe convém, o que lhe dá na telha.
A Lei do reino da Luz: viva como Jesus quer. Os discípulos
vivem como o Senhor manda, vivem para agradar a Deus. Não é uma questão de
obedecermos quando quisermos, mas obedecermos em todos os momentos.
O Idioma
A maneira de falar demonstra o que a pessoa tem no coração “Raça
de víboras! Como vocês podem falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala
do que está cheio o coração.” (Mateus 12:34). Observando o idioma que
uma pessoa fala é possível identificar a que reino ela pertence:
O idioma do reino das trevas: reclamação, murmuração, queixa,
lamento. O filho queixa-se contra a mãe; a mãe queixa-se contra os filhos; a
esposa contra o marido e vice-versa. Reclama-se do governo, do emprego, do
patrão, do clima, etc.
O idioma do reino da Luz: louvor, gratidão. Louvor não
significa cânticos ou música. A música é apenas uma maneira de se expressar o
louvor. Louvor é contentamento e gratidão ao Senhor por tudo.
A Bandeira
As cores e a disposição das cores na bandeira identificam o
país. Normalmente não são necessárias as palavras, apenas observando a bandeira
podemos identificar o país pelo que vemos.
A bandeira do reino da Luz: amor. Amar os irmãos, o próximo,
e até aos inimigos. Este é o sinal que identifica um discípulo – “34 Eu
lhes dou um novo mandamento: que vocês amem uns aos outros. Assim como eu os
amei, que também vocês amem uns aos outros. 35 Nisto todos conhecerão que vocês
são meus discípulos: se tiverem amor uns aos outros.” (João 13:34 e 35).
Não é a doutrina o cabelo, a roupa, mas o fato de nos amarmos uns aos outros.
A bandeira do reino das trevas: egoísmo. Amo a mim mesmo.
Vivo para mim. Me esforço para mim. Penso apenas em mim. Contanto que comigo
esteja tudo bem que importa os outros?
O REINO DE DEUS E SUAS CARACTERÍSTICAS
O reino de Deus, no presente, significa Deus intervindo e
predominando no mundo, para manifestar seu poder, sua glória e suas
prerrogativas contra o domínio de Satanás e a condição atual deste mundo.
Trata-se de algo além da salvação ou da igreja; é Deus revelando-se com poder
na execução de todas as suas obras, mas de que forma?
Ø O reino é antes de tudo uma
demonstração do poder divino em ação. Deus inicia seu domínio espiritual na terra, nos corações do
seu povo e no meio deste. Ele entra no mundo com poder – “ Porque o Reino
de Deus consiste não em palavra, mas em poder.” (1 Coríntios 4:20). Não
se trata de poder no sentido material ou político, e sim, espiritual. O reino
não é uma teocracia político-religiosa, ele não está vinculado ao domínio
social ou político sobre as nações ou reinos deste mundo – “Jesus
respondeu: – O meu Reino não é deste
mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por
mim, para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas agora o meu Reino não é
daqui.” (João 18.36). Deus não pretende redimir e reformar o mundo
através de ativismo social ou político, da força, ou de ação violenta.
O mundo, durante a presente era, continuará inimigo de Deus e
do seu povo. O governo de Deus mediante o juízo direto e à força só ocorrerá no
fim desta era.
Ø Quando Deus se manifesta com poder
sobre o mundo, este entra em crise. O império do diabo fica totalmente alarmado, e todos encaram a decisão
de submeter-se ou não ao governo de Deus. A condição necessária e fundamental
para se entrar no reino de Deus é: “Ele dizia: — O tempo está cumprido, e
o Reino de Deus está próximo; arrependam-se e creiam no evangelho.” (Marcos
1:15).
Ø O fato de Deus irromper no mundo com
poder, abrange:
- seu poder divino sobre o governo e domínio de Satanás; a chegada do reino é o começo da destruição do domínio de Satanás e do livramento da humanidade das forças demoníacas e do pecado
- poder para operar milagres e curar os enfermos
- a pregação do evangelho, que produz a convicção do pecado, da justiça e do juízo
- a salvação e a santificação daqueles que se arrependem e creem no evangelho
- o batismo no Espírito Santo, com poder, para testemunhar de Cristo
Ø O reino de Deus tem um aspecto tanto
presente como futuro.
É uma realidade presente no mundo hoje, mas o governo e o poder de Deus não
predominam plenamente em todos e em tudo. A obra e a influência de Satanás e
dos homens maus continuarão até o fim desta era. A manifestação futura da
glória de Deus e do seu poder e reino ocorrerá quando Jesus voltar para julgar
o mundo. O estabelecimento total do reino virá, quando Cristo finalmente
triunfar sobre todo o mal e oposição e entregar o reino a Deus Pai.
A CULTURA DO MUNDO SE LEVANTA CONTRA O EVANGELHO DO REINO
A cultura de hoje, seriados, filmes todo tipo de
entretenimento bem como as informações que nos cercam que são muitas, nos levam
a um ponto que atacam frontalmente contra a implantação do reino nos corações -
O individualismo expressivo.
o pastor e escritor Tim Keller, afirma que o
individualismo expressivo é “a identidade vem através da auto expressão, da
descoberta de seus desejos mais autênticos e do ser livre para ser o próprio eu
autêntico”. Somos bombardeados com o conceito que devemos olhar para dentro
de si para encontrarmos nossa verdadeira identidade e propósito, mesmo se as
pessoas possam dizer não, mesmo que quebremos algumas regras.
Nossa cultura pinta a independência como algo
espetacularmente sedutor especialmente para os jovens, fazendo-nos ansiar a
viver por conta própria e a não ter que respeitar regras ou lidar com pais que
os corrigem. Não se trata do incentivo saudável para ganharmos independência à
medida que amadurecemos; é uma doutrina anti-comunidade e anti-autoridade. E o
mundo faz com que isto pareça tão libertador e tão divertido, desta forma fica
fácil vender esta ideia.
Outra ideia cultural impulsionada pelo individualismo
expressivo é o movimento de autoestima, normalmente dirigido a adolescentes.
Este movimento ensina algumas coisas verdadeiras e belas que cristãos
afirmariam, tal como nosso valor inerente vindo do fato de sermos criados à
imagem de Deus.
Entretanto boa parte dessa mentalidade “você é demais!”,
existe um desejo mais profundo de autorrealização! Não importa o que os outros
no caso “recalcados” possam dizer, você tem que gritar alto e com orgulho, e
não apenas se ame, mas adore-se a si mesmo. Seja quem você quiser ser e
encontre sua felicidade naquela identidade auto realizada. Abrace seu
verdadeiro eu, e azar de quem não o fizer.
Isto tudo é contra os ensinamentos das escritura e
consequentemente contra o evangelho do Reino de Deus por quê:
- Ao invés de seguir nossos corações, Deus nos chama a seguir Sua vontade e a guardar os Seus mandamentos – “5 Confie no SENHOR de todo o seu coração e não se apoie no seu próprio entendimento. 6 Reconheça o SENHOR em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas.” (Provérbios 3:5 e 6).
- Ao invés de enfrentar as autoridades e infringir as regras, Deus nos chama para honrar nossos pais e respeitar as autoridades – “1 Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isto é justo. 2 Honre o seu pai e a sua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, 3 para que tudo corra bem com você, e você tenha uma longa vida sobre a terra” (Efésios 6:1 a 3).
- Ao invés de olhar para dentro, para encontrar nossa identidade, Deus nos chama a olhar somente para Cristo – “1 Portanto, se vocês foram ressuscitados juntamente com Cristo, busquem as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. 2 Pensem nas coisas lá do alto, e não nas que são aqui da terra. 3 Porque vocês morreram, e a vida de vocês está oculta juntamente com Cristo, em Deus” (Colossenses 3.1 a 3).
- Ao invés de idolatrar nossos corpos, Deus nos chama a cuidar deles para Sua glória – “Vocês não sabem que o corpo de cada um de vocês é membro de Cristo? E será que eu tomaria os membros de Cristo e os faria membros de uma prostituta? De modo nenhum!” (1 Coríntios 6:15).
- Ao invés de seguir nosso próprio caminho, Deus nos chama a tomar nossa cruz diariamente e seguir a Jesus – “Jesus dizia a todos: – Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lucas 9:23).
- Ao invés do individualismo, Deus nos chama a obedecer e adorar ao Rei – “15 Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, 16 de quem todo o corpo, bem-ajustado e consolidado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio crescimento para a edificação de si mesmo em amor.” (Efésios 4:15 e 16).
Nós fomos chamados para sermos agentes reformadores da
cultura do mundo para cultura do Reino de Deus, a obra de redenção de Jesus nos
indica um novo caminho a seguir, uma nova forma de agir, um novo jeito de se
comportar, não é robotização do ser humano, não é lavagem cerebral é METANOIA
- mudança essencial de pensamento ou de caráter!
METANOIA - CONVERSÃO, ARREPENDIMENTO, NOVA
MENTALIDADE e CULTURA DO REINO
João Batista afirmou – “Eu batizo vocês com água, para
arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, do
qual não sou digno de carregar as sandálias. Ele os batizará com o Espírito
Santo e com fogo.” (Mateus 3:11) – Ele anunciou Jesus de forma
inequívoca, mas o batismo que ele realizava já indicava uma mudança de mente!
A VACINA CONTRA A CULTURA DOS TEMPOS ATUAIS
O remédio contra a cultura dos tempos atuais está na correta
direção do caminho a ser percorrido. Preparamos o caminho andando sempre
andando com alguém ao nosso lado.
Jesus ao ensinar o Pai Nosso usou O NÓS ao invés de EU.
No Reino se conjugam os verbos na terceira pessoa do singular, ELE, e na
primeira pessoa do plural, NÓS!
A mensagem do Reino é dada a todos de forma geral, entretanto
ela repousa em mentes e corações individualmente. Esta mensagem aponta o
caminho que todo aquele que se tornou filho de Deus pela obra redentora da
cruz, deve seguir!
Mas a mensagem do Reino ela é direta quanto ao congregar, a
unidade daqueles que fazem parte do reino no culto ou reuniões e o retorno
desta mensagem é dado pela coletividade não na individualidade.
Muitas vezes temos confundido nosso devocional pessoal,
íntimo e reservado com culto coletivo a Deus. O que eu gosto, minhas
preferências são para este tempo, no coletivo o que Deus quer ouvir a cultura
do Reino vem mostrar isto.
Talvez possamos pensar então que vamos prestar culto como em
Isaías 6 ou Apocalipse 4, sim se isto for o que Deus quer que façamos aqui na
terra devemos fazer, entretanto vale notar que em ambas as passagens a adoração
estava focada no Deus, não há uma referência pessoal!
Nosso exemplo é Cristo pois:
- Jesus representava o Reino de Deus – Foi enviado para cumprir a obra de
redenção. Salvar o mundo dos que a Ele aceitam!
- Tinha atitudes do Reino – Mostrava a todos como deveriam se portar nesta nova
condição governo e como deveriam agir. Exemplo de conduta e correção!
- Jesus veio para servir o Reino – o propósito de Jesus era cumprir sua
função e anunciar o Reino de Deus e servir e não ser servido apesar de todas as
prerrogativas de Rei que Ele tinha.
Apesar de Ele ser quem era, com toda sua prerrogativa ele
falava em nós e pouco falava acerca de si mesmo.
COMO EU POSSO SABER SE ESTOU VIVENDO O REINO DE DEUS EM MINHA
VIDA?
Uma evidência máxima de que a pessoa está vivendo o reino de
Deus é viver uma vida de “justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”
“17 Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida,
mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo. 18 Aquele que deste modo serve a
Cristo é agradável a Deus e aprovado pelas pessoas. 19 Assim, pois, sigamos as
coisas que contribuem para a paz e também as que são para a edificação mútua.”
– (Romanos 14:17 a 19)
Este é uma ótima definição de como é a vida cristã:
honestidade na conduta, paz ou harmonia, e alegria. Isto é obra do Espírito
Santo que dá energia ao crente para ser agradável a Deus e aprovado pelos
homens. Em lugar de entrarem em conflito, Paulo insiste com os crentes a
buscarem aquilo que proporciona a paz e a edificação com os outros. A exortação
que o Reino de Deus não consiste em comer ou beber que são atitudes que são
individuais contrastam com estas três grandes coisas, todas as quais são
essencialmente alheias ao egoísmo.
A primeira é a justiça, e a justiça consiste em dar aos homens e a Deus o que lhes
corresponde. Então, o primeiro que devemos oferecer a um semelhante na vida
cristã é simpatia e consideração; quando nos transformamos em cristãos, os
sentimentos de outros se tornam mais importantes que os nossos próprios; o
cristianismo significa colocar primeiro a outros e depois o eu. Não podemos dar
a outro o que corresponde e, ao mesmo tempo, fazer o que queremos.
Na sequência é a paz. No Novo Testamento, a paz não significa somente ausência de
problemas; a paz não é algo negativo, é intensamente positiva; significa tudo
aquilo que tende ao bem supremo do homem. O cristianismo consiste inteiramente
em relações pessoais com os homens e com Deus. A ilimitada liberdade cristã
está condicionada pela obrigação cristã de viver em boas relações, em paz, com
nossos semelhantes.
E por fim temos a alegria. Para o cristão a alegria nunca pode ser egoísta. A
alegria cristã não consiste em que sejamos felizes, consiste em fazer os outros
felizes. Uma mau chamada felicidade que angústia e ofende a outros, não
é uma felicidade cristã. Se em sua própria busca da felicidade alguém machuca o
coração ou fere a consciência de outro, o fim último de sua busca não será
alegria, mas tristeza. A alegria cristã não é individualista; é algo
interdependente. O cristão se alegra só quando dá alegria a um semelhante,
embora seja à custa de limitações pessoais para ele.
Quando a pessoa segue este princípio, transforma-se em
escravo de Cristo. Eis aqui a verdadeira essência da questão. A liberdade
cristã significa que somos livres, para fazer, não o que queremos, mas o que
Cristo quer. Significa que somos livres, não para fazer algo, mas para nos
abster de fazê-lo. Sem Cristo, um homem é escravo de seus hábitos, de seus
prazeres, de suas práticas. Não faz realmente o que quer. Faz o que as coisas
às quais se mantém sujeito o levam a fazer. Uma vez que o poder de Cristo penetra
nele, transforma-se em dono de si mesmo e então, só então, entra em sua vida a
plena liberdade. Então somos livres, não para tratar aos homens e para viver
como nos dita nossa natureza humana egoísta e tempestuosa, mas sim com a mesma
atitude de amor que Jesus mostrou por nós.
CONCLUSÃO
O caminho que devemos seguir é o caminho do Reino de Deus.
Jesus já preparou tudo para nós, mostrou que Ele é o caminho, Ele é a verdade e
somente nEle a vida, tanto aqui quanto no Reino Eterno. Precisamos do Espirito
Santo nos aconselhando, nos corrigindo, nos direcionando nesta caminhada é o
mesmo espirito que foi profetizado por Isaias – “Repousará sobre ele o Espírito do
SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de
fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR.” (Isaías
11:2)
Para vivermos neste reino temos que entender e obedecer às suas
leis, elas nos garantem uma vida plena perante Deus e os homens. O Salmo 1,
indica a forma de viver daquele que é bem-aventurado e vive caminhando em
direção ao Reino de Deus:
1 Bem-aventurado
é aquele que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos
pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
2 Pelo
contrário, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de
noite.
3 Ele é como
árvore plantada junto a uma corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu
fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo o que ele faz será bem-sucedido.
4 Os ímpios não
são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa.
5 Por isso, os
ímpios não prevalecerão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos.
6 Pois o SENHOR conhece o caminho dos justos, mas o
caminho dos ímpios perecerá.
Deus o abençoe no caminho do Reino de Deus para que no seu
devido tempo e segunda a vontade de dEle para sua vida, você seja bem-sucedido
em tudo que fizer para a Glória do Reino de Deus!
Igreja Águas Mooca - 12.01.2020
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